No início da década de 60, começa a brotar o sonho da emancipação do distrito.
Em 1962, Paulo Moreira de Souza (dr.), engenheiro, voltado para os problemas das comunidades periféricas, carentes e desamparadas pelos poderes públicos, e, na época, vereador do PSD, eleito em 1959, em conjunto com lideranças políticas locais, começa a dar corpo ao projeto de emancipação e apresenta, à Câmara Municipal de Salvador, a Indicação nº 03/61, aprovada por unanimidade, o que resulta na Lei Estadual nº 1753, sancionada em 27/07/1962 pelo então governador Juracy Montenegro Magalhães.
Assim, a data de aniversário do município de Lauro de Freitas passa a ser 31/07/1962, data da publicação da lei e o município é instalado em 7 de abril de 1963.
Desta separação brotaram oposições de cunho político e intelectual, à emancipação.
Homens públicos como Cid Teixeira, Junqueira Ayres (procurador Municipal), Conselho de Turismo, Rotary Club, Lions Club e até o prefeito da capital, na época, Heitor Dias, se opuseram às idéias emancipalistas do Dr. Paulo, travando uma verdadeira batalha judicial contra as mesmas, ocasionando uma grande mutilação territorial, ficando o município reduzido, dos 210 km² para 93 km², com a perda da Base Aérea, Aeroporto, Valéria, parte de Pirajá, Itapuã e São Cristóvão e depois reduzida, mais uma vez, a 59 km².
Superados esses obstáculos, o vereador apresentou, à Câmara Municipal da Capital, as indicações nº 01/61, criando o município de Simões Filho e 03/61 criando o município de Lauro de Freitas e usando da sua habilidade política, contra as discordâncias dos seus colegas de várias bancadas, escolheu para dar nome aos municípios, respectivamente, Simões Filho, jornalista do Jornal A TARDE e também político, e Lauro Farani Pedreira de Freitas, que fora diretor da Leste Brasileira, deputado constituinte de 1946 e candidato do PSD, a governador da Bahia, morto em desastre aéreo, no auge da campanha eleitoral.
Há de se convir que foi um “golpe de mestre”!
O Jornal A TARDE, principal veículo de informação e Lauro Farani Pedreira de Freitas, grande personalidade, na época, quem contestaria. Não é mesmo?
E, diga-se de passagem: apenas Cosme de Farias um outro vereador votaram contra.
Tão grande personalidade, Dr. Paulo Moreira de Souza só exerceu um único cargo político.
Sentia-se decepcionado com o que ocorria nos bastidores da política na Bahia, naquela época.